sexta-feira, 3 de outubro de 2008

ENXAQUECA

ESSA DOR DE CABEÇA, NA MAIORIA DAS VEZES INSUPORTÁVEL, ATINGE CERCA DE 30 MILHÕES DE BRASILEIROS, EM ESPECIAL MULHERES.

APRENDA A LIVRAR-SE DELA.

O QUE É:

Os antigos egípcios já a conheciam há mais de três mil anos. Os gregos, ao estudá-la, atribuíram indevidamente a culpa de sua existência ao fígado. Porém, hoje os especialistas sabem que a enxaqueca é uma das quase 300 dores de cabeça classificadas pela medicina. Entre todas elas, esta talvez seja a mais conhecida não só por sua intensidade, mas também por apresentar sintomas bem típicos.

Diferente de outras cefaléias, sua dor é pulsátil (como se o coração estivesse batendo no local), unilateral (varia de lado, de crise para crise) e atinge as regiões frontal e temporal. A enxaqueca atinge mais mulheres (18%) do que homens (6%).

QUEM SOFRE:

Seu pico de incidência acontece entre 20 e 45 anos, embora, em menor proporção, as crianças também sejam atingidas por dores de cabeça que devem ser investigadas e tratadas: “Estudos mostram que, até seis anos de idade, 39% das crianças já sabem o que é ter dor de cabeça. Entre os adolescentes até 15 anos, 70% deles relataram episódios de cefaléias. Algumas podem ser diagnosticadas como enxaquecas. Portanto, é preciso ficar atento às queixas das crianças e dos jovens”, alerta Célia Roesler, neurologista e coordenadora do departamento científico de cefaléia da Academia Brasieira de Neurologia.

DIFERENTES SINTOMAS:

Em uma crise, em geral, a dor começa fraca e se torna cada vez mais intensa. Seu período de duração varia entre 4 a 72 horas. Somam-se à dor insuportável outros sintomas como: náuseas e ou vômitos, intolerância à luz (fotofobia), intolerância a barulhos (fonofobia) e tonturas. Durante um ataque, podem ocorrer dificuldade de concentração, sensação de cansaço e mal-estar.

Nos homens, a dor mais comum é a cefaléia em salvas. Diferente da enxaqueca propriamente dita, a dor costuma chegar subitamente de madrugada, atingindo um só lado da cabeça, na fronte ou ao redor do olho. É tão intensa que pacientes relatam a sensação de que sentem algo perfurando o olho.

COMO A CRISE CHEGA:

A enxaqueca, também conhecida como migrânea, acontece por causa de uma disfunção química cerebral de origem genética.

Veja como surge a dor: o ataque de enxaqueca parece provocar uma mudança na sensibilidade dos vasos sanguíneos da cabeça. No início, com a liberação de uma substância conhecida como noradrenalina, alguns vasos que irrigam o cérebro se contraem, provocando diminuição da irrigação cerebral. Esse fato faz surgir sinais como visão embaralhada e dormência em algumas crises. Na medida em que a constrição desaparece, as artérias extracranianas se dilatam e o paciente sente uma dor latejante (pulsátil) que afeta um ou outro lado da cabeça. Vale lembrar que esse desarranjo tem fortes componentes genéticos: entre os pacientes que sofrem de enxaqueca, 75% relatam pelo menos uma pessoa da família com o mesmo problema.

CAUSAS FREQÜENTES NA ALIMENTAÇÃO:

Um grande estresse físico ou emocional, sono demais ou de memos, mudanças bruscas de temperatura, álcool, perfume, jejum ou dieta rigorosa e períodos menstruais são alguns dos fatores, conhecidos como gatilhos, que podem desencadear uma crise. Entretanto, vários alimentos também podem ser a causa da dor. Os maiores vilões dessa história são: chocolate, embutidos, queijos amarelos, molhos vermelhos, frutas cítricas, glutamato monossódico, aspartame e bebidas alcoólicas, especialmente o vinho tinto. No entando, a sensibilidade a esse ou àquele alimento varia de paciente para paciente: “Daí, a importância de se observar, inclusive anotar em um diário, tudo o que ocorre antes e durante uma crise para ser relatado ao médico. Uma simples observação pode ser a chave do sucesso para um tratamento correto”, avisa Célia.

TRATAMENTOS EFICAZES:

O tratamento vai depender da história clínica do paciente, da freqüência, intensidade e duração das crises. Entretanto, o alívio para a dor pode ocorrer de duas maneiras: tratando a crise propriamente dita com medicamentos da família dos triptanos, em forma de tabletes, para serem colocados embaixo da língua, que agem depois de cinco minutos; ou utilizando o tratamento preventivo, à base de medicamentos que evitam que a crise se instale de vez. Os medicamentos preventivos podem ser antidepressivos, anticonvulsionantes, anti-hipertensivos e para combater labirintite, entre outros. “Essas medicações são recomendadas em doses menores das utilizadas para tratar das doenças”, explica Célia.

ANTES QUE ELA APAREÇA:

Cerca de 15% dos pacientes costumam ser “avisados” quando uma crise se anuncia por meio de um fenômeno neurológico conhecido como aura, manifestada em forma de alterações visuais. Quando aparece a aura, o paciente começa a enxergar manchas escuras ou pontos luminosos em sua frente. “A enxaqueca com aura é assustadora, principalmente na primeira vez que acontece. O paciente pode achar que está sofrendo um acidente vascular cerebral (derrame). Mesmo que já tenha passado por essa experiência, muitas vezes o paciente entra em pânico por medo de perder a visão e não retomá-la após a crise”, escreve Célia Roesler, junto com Edgard Raffaelli Jr. e R. da Silva Neto, no livro Dor de Cabeça, um guia para entender as dores de cabeça e seus tratamentos.

Fonte: http://www.dicasecia.com/

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